04 July 2007

SOLIDÃO E AR


São as minhas calças tristes,
Tão pretas,
Tão sombrias
São meus olhos que se cansam demais
Quando é de dia
São os gritinhos que dou
À hora do banho
De descontentamento
São as garças feias, que nem existem aqui
E que quero alimentar com pão de ontem
Sãos os pesadelos bravos
Que eu monto a cavalo quando durmo
E são as pedras de gelo
Que mordisco e engulo
São lágrimas que não quero verter mais
São mágoas que esqueci de envelopar
São feras que me domaram
São ventos que já passaram
São vacas pastando ao contrário
São as distâncias marcadas em milhas de rodagem
São solidão e ar.

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