08 August 2007

POEMA DA MESMICE DE ONTEM


Nas mesmas mesmices de ontem,
Encontro-me hoje
Juro que não respirei mais profundo
Do que respiraria
Na verdade, nem me mexi de medo
De apatia,
De desespero
Porque eu queria
Que alguma coisa desabasse por sobre mim
Podia ser um armário
O armário, esse coitado,
Está ainda no canto da sala, branco de susto
E com a boca escancarada;
Desconfiado
Que ninguém, nem mesmo eu
O tiraria do lugar
Pudesse uma chuva cair agora
Eu me sentaria à varanda, desconsolada e mórbida
E lhe diria,
Oh, chuva dos meus tempos
Chove-me mais,
Chove-me tudo o que pudesse
E o que soubesse;
No entanto, aqui onde estou
Tem céu azul e tédio demais.

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