Tenho desanimado de viver
Ou a vida desanimou de mim?
Vejo e o que vejo é o que sou agora
Essa cadeira velha,
Esse encosto acomodado
Estas pernas sem razão de ser...
Penso no que fui e no que teria sido
E não me refaço
Se eu fosse uma cadeira
Como aquela que vi beirando a sala da vitrine
Uma cadeira nova
Uma cadeira que tivesse aspirações de ser mais alta
Mais acabada e sem pressa
Mais para vento do que para assento
Mais riso do que siso,
Por certo eu já seria feliz.
Hoje murmuro por sobre a cadeira que sou
Aqui, num canto,
Infeliz;
Questiono quem me machucou
Questiono minha própria mutilação quando não era inverno
Quando não era verão
Quando eu não era nada
Nem sonsa eu era
Nem tímida,
Nem atarefada
Eu era, apenas
Agora sou assim,
Rígida e malquebrada
Resmungo se alguém me cerca
Mas ainda assim
Não falo nada
Como antes
Não falo nada.
1 comment:
Hummmmmm.......
Não gostei nada, para quem está começando um ANO NOVO.
Acorda para a Chuva das Brotas, Ceci!
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