Fale comigo com a delicadeza das dobraduras do papel de seda
Com a paciência dos homens do campo
Que plantam a flor que não conhecem
Com a paciência dos homens do campo
Que plantam a flor que não conhecem
E crêem na flor
E com a sabedoria dos pardais
Que aprenderam logo cedo a viver o único dia, vez por vez
Fale comigo como se temesse quebrar os cristais
E tivesse a leveza da entrega da sorte
Ao derramar-se para o fluxo da vida
Fale comigo como se eu fosse a santa do altar
Aquela que veste um manto azul
E tem os olhos cegados de luz;
Azul sem sentido e sem visão
E com a sabedoria dos pardais
Que aprenderam logo cedo a viver o único dia, vez por vez
Fale comigo como se temesse quebrar os cristais
E tivesse a leveza da entrega da sorte
Ao derramar-se para o fluxo da vida
Fale comigo como se eu fosse a santa do altar
Aquela que veste um manto azul
E tem os olhos cegados de luz;
Azul sem sentido e sem visão
Oca na sua desumanidade
Fale comigo como as cascatas falam às pedras que as suportam
Segura-me no seu falar, apoia-me,
Fale comigo como as cascatas falam às pedras que as suportam
Segura-me no seu falar, apoia-me,
Sustenta-me
E deixe-me transbordar o que há de mais intrínsico em mim
Que é a minha confusão de ser o que não sou,
A minha louca procura por mim mesma
A minha perdição de pertencer à realidade
Fale comigo, como se eu fosse
Aquela que não compreende
E deixe-me transbordar o que há de mais intrínsico em mim
Que é a minha confusão de ser o que não sou,
A minha louca procura por mim mesma
A minha perdição de pertencer à realidade
Fale comigo, como se eu fosse
Aquela que não compreende
Não vê,
Não se repete;
Mas vive, ao seu lado,
Ainda que sem saber.
Mas vive, ao seu lado,
Ainda que sem saber.
1 comment:
Muito bonito Cecília....
Quisera poder falar assim, com delicadeza.
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